Solidariedade em meio ao caos

Dia 01 de Maio um antigo prédio da cidade de São Paulo pegou fogo e impludiu. Um homem estava para ser resgatado e segundos antes dele ser puxado para a vida, foi sugado para a morte, junto com tijolos, ferragens, janelas, sofás, fotografias, lembranças, tapetes, panelas e vidas. Sim, existiam poucas pessoas no prédio ainda. Tão lamentável. O prédio era ocupado, e viviam muitas famílias lá. A ocupação era ilegal, mas eram vidas. Vidas que perderam tudo o que tinham, e tiveram que correr diante do fogo, escolhendo entre seus bens ou as suas vidas. Que injusto.

Diante da catrastofe televisionada e transmitida em tempo real, muitas doações começaram a aparecer no centro de São Paulo. Roupas, água, comida, móveis. Muitas doações às vítimas dessa grande catástrofe. Mas, diante disso o que mais me intriga é a solidariedade. Solidariedade que aparece apenas em meio ao caos, às situações extremas e no Natal. Sim. No Natal parece que todo mundo fica bom, e sempre tem um frango pra doar para uma familia com fome. Só. Mas e aí? E nos outros dias? Tanta gente precisando de ajuda, de um agasalho e o seu guarda roupas cheio de coisas que não se usa mais. Porque o "ser bom", ser solidário e ter compaixão não é um sentimento permanente e sim cíclico, que é instigado apenas por grandes desgraças? Não dá pra ter compaixão de segunda a sexta e ser solidário em horários comerciais?

Enfim, no mundo caótico que vivemos a solidariedade vem e vai, porque é instigada apenas pelo caos. Mas ela deveria vir, ser e estar sempre. SEMPRE. Não é assim e isso eu lamento. Muito.

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