O batom vermelho


Hoje seria o aniversário dela. E sem reflexões póstumas cheias de tristeza, porque ela definitivamente não era assim, pelo contrário, irritantemente animada, deixo aqui um pouco da minha dor e saudade por ela.
Perdemos uma grande amiga em janeiro. Cleusa adoeceu, ficou internada por um pouco mais de 2 meses na Unicamp em Campinas e faleceu. Fungo no pulmão. Como doeu. Como foi ruim entender tudo o que aconteceu. Sim, como doeu. Fui vê-la no hospital dois dias antes de falecer. Não nos falamos nem nos vimos, mas eu estava lá. 59 anos. Deixa filhos, netos e um marido muito querido. Como dói. Hoje ainda dá um nó na garganta. O batom vermelho, a gargalhada debochada, os cabelos pintados. O riso. A amizade verdadeira. O “pode contar comigo.” Antes de partir, reuni vários adolescentes que eram de sua época na igreja e pedi pra que eles enviassem mensagens de carinho e de ânimo a ela. Muitos fizeram isso. Eu fiz vídeo, áudio, texto. Como foi bom. Ela me disse: você me fez chorar, e eu te amo. E eu gostei de tê-la feito chorar assim. Quem é amado precisa saber. Acho que as mensagens foram um alívio bom para o seu coração. E foram um alívio bom para quem as enviou também. Como a vida é breve. Ela se foi muito rápido, mas era sua hora. Quantas horas ruins. É. Dói estranho. Sei que ela está bem. Mas dói. Sinto saudade. Queria mandar mensagem de novo, e ler suas palavras de incentivo. O seu: “estou orando por você”. E o seu: “também te amo”.

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